Presídio Modelo: a prisão panopticon abandonada de Cuba

Presídio Modelo era uma ex-"prisão modelo" do projeto panopticon (um termo utilizado para designar um centro penitenciário ideal desenhado pelo filósofo Jeremy Bentham em 1785), localizado na Ilha da Juventude, em Cuba, construído entre 1926 e 1931, durante o regime repressivo de Gerardo Machado. O conceito do desenho permite a um vigilante observar
(-Opticon) todos (pan-) os prisioneiros sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados. De acordo com o design de Bentham, este seria um design mais barato que o das prisões de sua época, já que requer menos empregados. Foi considerado um exemplo de projeto eficiente, onde até seis mil presos poderiam ser vigiados e controlados, mas logo se tornou famoso por níveis sem precedentes de corrupção e crueldade.

Presídio Modelo consistia de quatro a seis andares de blocos circulares com uma torre central e as células dos presos que ocupavam a circunferência. Os ocupantes eram isolados uns dos outros por paredes e sujeitos ao escrutínio coletivamente ou individualmente por um observador na torre que permanecia invisível.
Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos prisioneiros de guerra alemães e japoneses encontraram-se presos no Presídio Modelo. No entanto, entre os presos mais famosos da prisão esteve Fidel Castro e outros rebeldes Moncada, que foram presos aqui a partir de outubro de 1953 a maio de 1955.
Após o triunfo revolucionário de Fidel Castro em 1959, o Presídio Modelo foi usado para dissidentes políticos, prisão contra-revolucionários, homossexuais, testemunhas de Jeová, e qualquer outra pessoa considerada imprópria ou um inimigo para as novas normas e ditames do estado cubano socialista. Em determinada época houve de 6000 a 8000 presos políticos no presídio. Em 1961, tumultos e greves de fome eclodiram devido à superlotação e, finalmente, em 1967, o presídio foi fechado. O antigo edifício agora serve como um museu e é declarado monumento nacional.

Créditos: Amusing Planet / Wikipédia